10.25.2016

Rivotril Digital #avidaderobson


Robson foi exposto, teve seu cotidiano divulgado massivamente e assim ele surgiu. 
Robson conseguiu, chamou atenção. 
Ele sou eu.... é você.... somos nós! Robson tem ações cotidianas parecida com as nossas, 
no vazio ele expõe como nós. 



Robson faz o que fazemos. 
Somos Robson? 
O cotidiano esgarçado, e a simplicidade pulverizada em pequenas frases atende ao gosto comum. Me identifico com Robson, na medida em que também espetacularizo meus passos, minhas emoções, meus "segredos". 
Frases pequenas e amplamente divulgadas. 
Durante semanas, confabulamos sobre Robson, mas ele se revelou apenas uma campanha publicitária, uma divulgação massiva de uma imagem em vista de impulsionar de uma propaganda. 
Robson é mercadoria ou mercadoria sou eu? 




Robson parece ser mercadoria. 
Agradecendo a exposição, dizia ter só 2 amigos. 
Robson foi exposto e através de curtas frases se fez conhecer. 
Conhecer? 
Robson iludido pela difusão cotidiana acredita ter milhões de amigos. Esses milhões oferecem uma real companhia pra Robson? 
Ah! Esqueci. Robson não existe, mas existem os milhões de amigos? 


Robson  diz ser um antigo colecionador de figurinhas, agora acredita ser um figurão. 
Robson poderia ter optado por seus 2 amigos.
Antes possuir 2 amigos, do que ser uma alegoria da solidão contemporânea.
Só audiência, likes e o esgotamento da imagem. 
E no final não existe nem Robson, nem amigos. 











10.20.2016

Catalepsia Contemporânea

Criamos nossa relação com o espaço baseado em experiências anteriores, o espaço desconhecido é um ambiente em branco, caso ele não tenha sido apresentado por meio de narrativas anteriores, tudo pode vir a ser. Embora essa relação possa ser construída no presente, partindo do cotidiano, alguns espaços, apresentam problemas em seu processo de formação, afetando diretamente sua fruição.
Ao lidar com um espaço físico, rapidamente podemos realizar as mais variadas ações, na intenção de remodelar esse espaço, seja atuando diretamente em sua organização, mudando coisas do lugar, adicionando ou retirando novos elementos, além disso o próprio pensar pode influir diretamente na vivência deste espaço. Um novo olhar, novo som, nova cor, são enumeráveis as ações que podem transformar aquele espaço, nem que seja na interação subjetiva, que ocorre em consonância com nossos processos mentais.
Podemos simplesmente sair de tais espaços, já que em muitos casos, a simples saída física deste ambiente seja a melhor ou menos desgastante opção. O caso se agrava na medida em que a vivência em tal espaço seja necessária. Nem todos espaços podem simplesmente ser abandonados, já que no momento atual, criamos diversas necessidades e muitas delas se sobrepõem ao nosso bem-estar imediato. Nesse caso, voltamos as primeiras opções de remodelamento e reconfiguração do espaço experênciado.  
O espaço desconhecido é neutro, o espaço vivenciado detêm uma carga memorialística, qual possibilita uma atribuição de valor, medida pela espécie de fruição que se estabelece como possível dentro deste espaço. Diante destes postulados, uma questão que emerge é na possibilidade de vivência em um espaço prisional. Uma prisão em que não se pode opinar, não há escolha, ele deve ser vivenciado na medida em que se impõe como uma necessidade do próprio acordar. Assim, há todo momento se é impelido a convivência com esse espaço, essa delimitação específica que se impôs.
Após as reformulações que se apresentam na medida do possível, nenhuma sanou o peso dessa espacialidade bruta, dura, que se impõe como única, sem saída. Desta forma não há escapatória. Como então viver dentro deste espaço? Deve ser colocada uma questão de como se foi para lá, já que para uma prisão há agentes envolvidos, se alguém está preso, somos impelidos a pensar que alguém o prendeu lá. Nosso foco de discussão não está nesse âmbito prisional físico. O próprio pensar pode ser colocado como uma prisão, pois sem escolha somos absorvidos por pensamentos desde o primeiro momento do dia. A voz não se cala, os pensamentos fluem como uma cachoeira desenfreada, difícil conseguir algo que breque esse fluxo continuo.
Os pensamentos tornam-se uma prisão, na medida que se impõe como espaço primordial da existência humana. O espaço que habitamos em nós mesmos, está impregnado de vivências, desejos, ideias. Em determinado momento, a interioridade de um sujeito pode ser uma prisão, na qual ao se debater apenas se machuca. O espaço interior é passível de diversas mudanças e reformulações, mas como todo espaço, as opções se esgotam. Na tentativa de sair, como fazer? Sair de si mesmo não é possível.
Após um longo debater-se, a apatia domina, o espaço imposto não fruído, torna-se uma espera. Espera de saída do lugar que não se sai. O espaço interior só pode ser saído na medida em que se crê em proposições metafísicas, logo, no seu contrário a existência se impõe como única possibilidade de pensar, que atrelado ao peso do pensamento aprisiona ainda mais.

Diariamente o espaço de delimita, se volta para seu próprio interior, pensando como ir além, mas vendo essa possibilidade apenas como o aniquilamento total, e tal possibilidade não parece atrativa quando se perdeu as fábulas metafísicas. A metafísica não convence, a física não atrai. O tempo segue, o espaço mantém.
Joel-Peter Witkin Un Santo Oscuro, 1987, Feldschuh Gallery.



10.18.2016

APATIA E EDUCAÇÃO: A SUPRESSÃO DA EMPATIA




A apatia é a falta de emoção, motivação ou entusiasmo. É um termo psicológico para um estado de indiferença, no qual um indivíduo não responde aos estímulos da vida emocional, social ou física.
O "Dicionário de termos técnicos de medicina e saúde", de Luís Rey, registra a palavra apatia como termo psiquiátrico, com a seguinte definição: "Estado caracterizado pelo desinteresse geral, pela indiferença ou insensibilidade aos acontecimentos; falta de interesse ou de desejos".
Apatia provém do grego clássico apatheia. Páthos em grego, significa "tudo aquilo que afeta o corpo ou a alma" e tanto quer dizer dor, sofrimento, doença, como o estado da alma diante de circunstâncias exteriores capazes de produzir emoções agradáveis ou desagradáveis, paixões. Assim, apatheia tanto pode significar ausência de doença, de lesão orgânica, como ausência de paixão, de emoções.
Nos focaremos no texto "Educação após Auschwitz", de Theodor Adorno, que trata do tema da apatia disseminada por meio da educação. Neste texto Adorno coloca como como guia da educação, a premissa "Que Auschwitz não se repita". Durante a segunda guerra mundial milhares de pessoas foram mortas em campos de extermínio nazistas. A segunda metade do século XX, por sua vez, teve inúmeros intelectuais que buscaram entender tal episódio, se questionaram sobretudo como após tantos séculos de "civilização", uma ciência que pregou a evolução como força motriz da humanidade, origina o aniquilamento de milhares de pessoas, que privadas de sua liberdade, suas vidas, tiveram sugados de si, até mesmo o resquício de humanidade.
Segundo Adorno, seria preciso buscar as condições de possibilidade de existência, e principalmente de difusão e adesão a uma ideologia como a nazista. Assim, o questionamento deve ser direcionado ao processo de formação da mentalidade nazista, uma profícua análise de como a apatia se instaurou em grande parte do povo alemão.
O mundo administrado, burocratizado, compreende as pessoas como parte integrante de uma máquina, uma simples engrenagem, necessária, porém, passível de breve reposição. As vontades e desejos particulares são dissolvidas no meio social, vamos nos adequando e negando os nossos desejos primordiais (tema bem explorado por Judith Butler).  Desde o nascimento, podemos perceber a forma como as crianças são impelidas a adequação às normas. Adorno diz:
Quanto mais densa é a rede, mais se procura escapar, ao mesmo tempo em que precisamente a sua densidade impede a saída Isto aumenta a raiva contra a civilização. esta torna-se alvo de uma rebelião violenta e irracional.
Desde a mais tenra idade vamos adquirindo confiança nas autoridades. Logo nos primeiros anos, aceitamos como senhor absoluto da verdade nossos pais. Aprendemos que questionar suas ordens é motivo para represália, a primeira figura de autoridade são os pais, seguidos de professores, e assim sucessivamente, o que ocasionaria uma transferência de responsabilidades, já que estas geralmente são transferidas a outrem.
Deveríamos, segundo Adorno, nos focar nos problemas da  educação infantil, assim como da epistemologia. Nos primeiros anos da vida escolar, aprendemos o nosso lugar no mundo. Como comportar-se, como falar e em última instância, busca-se formatar até mesmo nossas sensações, proibindo e promovendo usos corporais. A escola vai nos formatando, e a partindo dela, aperfeiçoamos e colocamos em prática muitas lições recebidas sobre civilidade. Ainda que uma criança seja bem acolhida em seu lar, ao ingressar na escola, o processo de compreensão do sujeito começa a se dar a partir do olhar do outro, possibilitando a compreensão de si comparando-se com outros, dai surge a percepção de que é mais baixo que outros da mesma idade, caminha de forma diferente, ou até mesmo seu timbre não corresponde ao dos colegas. A escola é o local onde todos os defeitos estão sobre o risco iminente de apontamento, coerção que gera uma auto-vigilância, e coloca a criança na direção do máximo esforço para "se enquadrar" e ser simplesmente mais um dissolvido na massa. 
Por meio da dialética do esclarecimento, os referenciais teóricos, sociais e históricos devem guiar a nossa existência em direção a resistência a massificação da coletividade. Quando os costumes tornam-se violência, a violência torna-se banal. A educação não pode se basear na em processos de força e dominação, esse modelo de educação apenas suprimiria a espontaneidade, visando disciplinar as mentalidades.
Deve-se então se questionar acerca dos processos identitários em formação, lançar a questão já inicia um processo de elucidação sobre a temática. Ao questionar, quebramos a naturalidade, de que a ação é natural. Gerando uma dúvida sobre a gênese da apatia, é dado o primeiro passo para sua erradicação e supressão. Desnaturalizar o banal, problematizar o cotidiano, usos, saberes, práticas.
Os jovens são lançados ao processo de incorporação tecnológica, Adorno já havia advertido que a técnica havia tornado-se um fim em si mesma, hoje em dia não é necessário uma motivação para o consumo desenfreado de tecnologia, sua velocidade de reposição ou troca cresce exponencialmente. A aquisição só adquire valor se atrelada à exposição. É a premissa cartesiana às avessas, invertidas em Compro Logo Existo.
Adorno destaca ainda o que chama de lonely crowd, ou multidão solitária. Texto publicado originalmente em 1967. Os jovens, mais facilmente são diluídos nesta grande sopa que é nossa sociedade contemporânea. O desespero por exposição vêm saciar a inanição de momentos autênticos, onde o eu estava colocado como centro da ação. A interação perpassada por aplicativos, jogos, redes sociais, e outros simuladores de relações ou pretensos facilitadores de contato humano, criam a ilusão de uma realidade expandida, mas ao fim de horas de interação com centenas de pessoas, o que resta é a complicada observação do Eu, que enquanto se vê nú, diante do espelho, percebe que está condenado a interagir consigo mesmo, e nessa condenação, se volta pra tela novamente.
O outro é sempre um outro, e essa demarcação aumenta os níveis de indiferença, e nos aproximamos da premissa do Marquês de Sade, que afirma que, "a maior dor infligida a outrem não tem o poder de causar o menor desconforto em nós, logo é preferível enumeras torturas ao outro do que simples cocegas que incomodem nosso sossego".  
As pessoas cobram o amor dos outros, cobram promessas de um tempo já passado, buscam sentimentos e desejos que elas mesmas são incapazes de cultivar. A individualidade suprime a capacidade de entender o outro, gerando uma conjectura onde todos querem ser desejados, mas não se dispõe a desejar. Para tentar escapar desta aporia, o primeiro passo seria tomar consciência da sua própria frieza, reconhecendo a apatia, não negar seria o inicio de sua extinção. A responsabilidade de si, se origina na auto-reflexão, guiando em direção ao reconhecimento da falta do outro e de si.
Ao se entregar as autoridades, as estruturas da cultura, as pessoas abrem mão de sua própria pessoalidade, abrem mão da capacidade de agir como humanos, livremente, guiado não apenas por externalidades, e sim refletindo e se moldando ad infinitum. O agir e o pensar livre, não se condicionar ao olhar e opinião do outro. Questionar a educação e pensar novos parâmetros de formação é uma emergência de nossa cultura ocidental. Problematizar a apatia, e propor novas relações e formas existenciais são condições de germinação de uma nova forma de existir.  Educação e esclarecimento devem andar de mãos dadas para se chegar a uma emancipação do pensamento e restauração da capacidade de compreender. Adorno e sua atualidade são surpreendentes.
Finalmente, o centro de toda educação política deveria ser que Auschwitz não se repita.







Bibliografia:


ADORNO, T. W. “Educação após Auschwitz”. In: Educação e
Emancipação.  São Paulo: Paz e Terra, 2003. p. 119-138.

SADE, M. A filosofia na alcova. São Paulo: Iluminuras, 2003.

10.13.2016

História do presente da arte ou inconsistência logica?

Há semanas que venho pensando em escrever, mas a correria do dia-a-dia, geralmente serve como desculpa para fugirmos daquilo que realmente queremos. Há dois anos resolvi “abandonar” a filosofia, claro que o abandono deve vir acompanhado de aspas, já que é impossível a dissociação de algo que atuou tão marcadamente na minha formação. Meu modo de ser e pensar o mundo são totalmente atrelados aos referenciais da filosofia, pois não há maneira de se embrenhar pelo pensamento de tantas pessoas ao longo de quatro anos e não ser afetado por isso. Onde quero chegar? No abandono da filosofia enquanto ótica de mundo por uma estetização do cotidiano. Embrenhar-me pela história da arte apresentou ótimos caminhos e me alertou do perigo de caminhar em determinadas zonas sem uma base teórica mais densa, correndo o risco de desnorteado não saber para onde ir, podendo ficar perdido neste caminho apenas por não conseguir encontrar a direção para seguir, ainda que saiba que o destino não há mais.
Como uma das marcas principais, não posso ignorar a genealogia de alguns termos, e em nível mais raso deste tipo de abordagem é perceptível que em uma graduação em História da Arte o foco seja a HISTÓRIA de algo denominado ARTE, embora a arte possa ser amplamente debatida sobre aquilo que é ou deixa de ser, a história pelo contrário é muito bem definida e compreendida pelo senso comum. Alerto que não levo em conta toda a problemática sobre o que é história, já que estudiosos do tema encontram divergências de definir os meandros desta disciplina. Sem me delongar nessa questão, a arte por sua vez é amplamente debatida, sobre o que está ou não nos seus limites discursivos.
Ingressar em um curso chamado História da Arte, me levou a compreender que estaria estudando a história de determinadas manifestações artísticas, levando em conta o discurso de cada época e grupo social no debate do que seria ou não arte, e portanto essas querelas fariam parte do campo da História da Arte. Surpreendi-me ao encontrar os historiadores da arte, com muito mais interesse em delimitar o que é ou não arte, preterir movimentos artísticos ou artistas, utilizar as aulas apenas como espaço para exposição de seu interesse particular de determinada ótica de mundo. Minha decepção foi por perceber que o curso de história da arte pouco preza pela história, ao menos na minha experiência, cruzo quase que diariamente com historiadores que se colocam muito mais no lugar que eu compreenderia como de filósofos da arte.
O currículo do curso se divide em mais de cinquenta disciplinas, dessas, são oferecidas apenas quatro de historiografia da arte. Os alunos, muitas vezes imbuídos pelo despreparo de alguns professores, não compreendem o peso da história, e como essa deveria ser o foco daquele curso. Há necessidade de uma graduação chamada Filosofia da Arte, nesta, acho que caberia espaço para as divagações que ocupa a mente de muitos alunos. Claro que neste caso o currículo deveria ser muito modificado, mas assim forneceria as ferramentas para compreensão das questões de interesse dessa juventude.
Há uma extensa carga de disciplinas que começam com o nome de História das Artes Visuais, que se dividem em “gerais”, do Brasil, da América Latina, orientais, acho que nesta parte é muito rica a grade, mas a abordagem passa muitas vezes por mera exposição de artistas. E o olhar dos alunos está mais interessado em criticar este ou aquele período, ao invés de buscar observar como aquilo foi “gravado” na história da arte. Faltando ainda a discussão sobre memória, apresentando a própria história da arte como um jogo político, no qual o próprio campo é redefinido com o passar do tempo, e essa questão é totalmente atravessada por questões sociológicas, desta forma, compreender o próprio meio, qual está inserido é peça chave para a compreensão do fenômeno de uma forma mais ampla.
Há disciplinas de Arte e Antropologia, sempre com o olhar para o externo, enquanto deveria estar em consonância com problemáticas do próprio sistema artístico da atualidade, assim evitando a criação de uma visão muitas vezes romanceada do que seja o mundo real. Os parâmetros mudaram as mídias, os espaços expositivos, os conceitos, mas tudo isso é perpassado por intensas questões históricas, e desprezar o que antecedeu a atualidade, leva apenas a um debate que não nos cabe, ao menos não com as ferramentas que pensamos possuir.
Arthur Danto, ao se deparar com a Brillo Box de Warhol, questionou o que era aquilo, e compreendo a exposição deste objeto como uma questão da sua contemporaneidade, buscou entender o que era a exposição daquele objeto no espaço de uma galeria. Desde então se voltou para questões da definição do que é arte e suas implicações. Acho muito interessante suas abordagens, seu posicionamento e o refinamento de seu discurso na tentativa de estabelecer critérios de compreensão. A história da arte e amplamente utilizada na compreensão destes fenômenos, assim como da filosofia.
Enfim, queria apenas desabafar acerca da problemática do curso de História da Arte. Acho que o questionamento sobre os parâmetros que definem o campo artístico- assim como a análise crítica de seus postulados muito válido e interessante. Acho que cabe aos historiadores da arte esse papel de problematização do campo, porém, o ponto que quero marcar, é que não compreendo essa questão como a central de um curso que leva História no título. O papel do historiador em primeira instancia é acerca da história, e imbuído nesta, pensa criticamente a reformulação de seus limites. A primazia da filosofia da arte, em um lugar que não é o seu por excelência, leva à algumas confusões, das quais poderiam ser evitadas apenas com a espera de mais leituras e compreensão do processo histórico.
Não tenho interesse em ser um filósofo da arte, meu caminho é muito mais atrelado à história, embora a filosofia ande sempre acima de meu ombro, como uma entidade obsessora, quem seguro a mão é a história. Acho que meu compromisso com ela será muito mais firme e duradouro. Espero que muitos filósofos da arte surjam, quero acompanhá-los e pensar junto. Apenas espero que encontrem espaço mais profícuo para debater suas ideias. Embora a transdiciplinariedade impere, (algumas questões podem e devem ser pensadas para além das barreiras de disciplinas acadêmicas) esse processo deve ser guiado pelos acréscimos de disciplinas e não pelo preterimento daquela que deveria ser central. Excluir a história, na tentativa de fazer filosofia, encaminha em direção a falácias, e uma falácia sem uma boa retórica, corre sempre o risco de cair no ridículo.
Raoul Hausmann. The Spirit of Our Time - Mechanical Head, 1920.